BB: entre a burrice e a ignorância
Já não é de hoje que o BB comete diversas atrocidades contra seus empregados: burla a jornada do trabalhador, faz uma sala de crédito escondida do público sem o atendimento à legislação específica como, por exemplo, sem o uso de equipamentos adequados, pressão doentia para o cumprimento de metas, assédio moral aos montes, fraude no GAT, etc.
Algumas aberrações, entretanto, tem se
expandido e chegado ao ponto do banco aqui no Pará demitir trabalhador
em gozo de benefício na previdência oficial, fato que o Sindicato
reverteu na justiça, estando o trabalhador internado até hoje em
hospital especializado para tratamento de doenças mentais.
Em todos esses casos percebemos um
imenso despreparo por parte de alguns administradores locais que estão
em áreas como assessoria jurídica, superintendência, gestão de pessoas,
que, mesmo eu não conhecendo todos os critérios para a concorrência como
gestores nestes órgãos, tenho convicção de que não envolve a leitura
dos Acordos/Convenções assinados pelo banco com as entidades sindicais,
documento de suma importância que rege nossa vida laboral, reconhecendo
os direitos conquistados na luta da categoria, cujo sindicato tem
distribuído aos seus associados este ano em formato de agenda.
Digo isto porque, longe de me
surpreender (já vi tantas barbaridades no BB que não me surpreendo
fácil), tenho percebido uma persistência amadora da administração local
desse banco em se permanecer em erros nos quais a justiça do trabalho já
se pronunciou sobre a questão, dando, por exemplo, ganho de causa ao
trabalhador como vimos cerca de um ano atrás no descomissionamento
ilegal de uma bancária que feria o ACT 2010/2011 em sua cláusula 42,
volta a se repetir agora em outra agência: a Presidente Vargas.
Sobre aquele descomissionamento
ocorrido na agência Nazaré em março de 2011, o banco já perdeu em duas
instâncias judiciais, tendo sido mantida liminar em tutela antecipada
pela 01ª Turma do TRT 8ª região que reconduziu a trabalhadora a sua
função. Para quem não se lembra, o BB, naquele momento, não deixou o
Sindicato entrar na agência, além de desmarcar uma reunião na Super para
tratar do assunto.
A agência Presidente Vargas, que
repetiu semana passada o mesmo ato de descomisionamento em afronta
explícita ao que fora assinado com o movimento sindical em sua cláusula
42 do ACT vigente (que também pode ser lido na IN 369-1) ignora
amplamente todos esses normativos de proteção ao trabalhador quando
absurdamente tenta justificar um descomissionamento com base na GDP do
funcionário que não está insatisfatória.
Talvez eu ainda fique batendo cabeça
para tentar compreender o que poderia causar comportamentos tão
ridículos apresentados pelos que, de alguma forma, participaram desse
descomissionamento: ignorância aos normativos, burrice generalizada
(acho sinceramente que não) ou perseguição a quem que, de alguma forma,
responda com honestidade uma injustiça (um Pedido de Informação, quem
sabe?) e incomode quem se acha dono, ou dona, do Banco?
Enviamos, na data de hoje, ofício
junto ao presidente do banco e ao vice-presidente de gestão de pessoas a
quem cabe, a meu ver, desfazer esse ato ilegal, pois prefiro acreditar
que pelos menos esses dois leram o que assinaram em outubro passado.
Enviamos, também, cópia a auditoria do banco, órgão em que acredito que
cabe apurar esses descumprimentos sistemáticos de INs (no caso aqui a IN
369-1 já desreipetada pelo menos duas vezes aqui no Pará), afinal de
contas, não se pode ter dois pesos, duas medidas para se apurar
descumprimento de INs, certo?
Por fim gente, se o BB está pagando
pra vê a força do movimento sindical (pois parece que não sabe mesmo com
quem está lidando) sentirá nossa resposta à altura.
O Sindicato dos Bancários do
Pará não vai tolerar que nenhum banco descumpra Acordo Coletivo assinado
em mesa de negociação. O Sindicato levará este caso até as últimas
conseqüências.
*Fábio Gian é funcionário do BB e diretor de comunicação do Sindicato
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